Arrecadação estimada pelo Impostômetro bate em R$ 1 trilhão

Notas de R$100,00
O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) bateu a marca de R$ 1 trilhão no início da tarde desta segunda-feira (29/6. Esse é o valor arrecadado com impostos pelos governos federal, estaduais e municipais do início do ano até agora. Até o final do ano a expectativa é que R$ 2,07 trilhões saiam do bolso do contribuinte e entrem nos caixas dos governos. O que mais surpreende é o ritmo acelerado da arrecadação. O valor trilionário alcançado antes mesmo do ano chegar à metade é quase que o dobro do arrecadado em 2005, quando o Impostômetro foi instalado. À época, foi preciso o ano inteiro para se chegar a R$ 734,1 bilhões. “Esse trilhão de tributos arrecadados vem do bolso de todos os brasileiros, de todas as partes do país. Por isso, precisamos nos unir nesta luta por uma tributação mais justa e equânime”, afirma Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). Algumas mudanças ocorridas nessa última década ajudam a explicar a velocidade crescente da arrecadação: a economia do país ganhou força no período, com o fortalecimento do consumo puxado pela classe C. Além disso, o fisco ficou mais rigoroso, fechando cada vez mais o cerca à sonegação com ferramentas como o Sped ou a NF-e. Mas, sozinhos, esses fatores não explicam a grandeza real dos números observada no painel da ACSP. No período também se observa o crescimento da carga tributária. Ou seja, o peso dos impostos também contribuiu para turbinar a arrecadação. Em 2005 a carga tributária era equivalente a 33,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Isso quer dizer que de toda a riqueza gerada no Brasil, um terço se originou de tributos. Desde então, a carga tributária tem crescido quase que anualmente, chegando em 2014 a 35,42%. E para este ano a expectativa é que ela cresça ainda mais após o ajuste fiscal do governo. A carga deve aumentar 0,8 ponto percentual, fechando 2015 em 36,22% do PIB, de acordo com Gilberto Luiz do Amaral, coordenador de estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). QUERMESSE TRIBUTÁRIA A ACSP aproveitou a virada do trilhão para alertar a população sobre o impacto dos impostos no cotidiano e alertar sobre a necessidade de mobilização do contribuinte para cobrar um retorno social compatível ao valor arrecadado. A entidade aproveitou a comemoração das festas de São Pedro para organizar, embaixo do Impostômetro, um pequeno arraial com músicas típicas, pessoas a caráter e distribuição de pipoca e paçoca. Quem passava pelo local era orientado sobre a realidade por trás do trilhão. Presente ao evento, Valter Moura, vice-presidente da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), lembrou que o crescimento da arrecadação não é um problema em si. “O problema é que a destinação dada a esse dinheiro todo não é a correta”, disse Moura. Ele carregava uma edição impressa do Diário do Comercio de 2008 que trazia na capa a primeira vez que a arrecadação apurada pelo Impostômetro batia R$ 1 trilhão. “Só foi alcançado no final do ano. E agora já chegamos a esse valor, no meio do ano. Veja como a arrecadação cresceu em pouco tempo”, comentou. Esse mesmo ponto de vista foi compartilhado por Natanael Miranda dos Anjos, superintendente da Facesp. “O Brasil arrecada como a Suíça, mas parece Serra Leoa no trato com a sociedade”, disse dos Anjos, enquanto observava o Impostômetro atingir a marca trilionária. Além da alta de impostos em razão da maior tributação, há também um peso grande do aumento dos preços administrados, como água, energia e combustíveis. Esses custos pesam para todos os contribuintes, mas têm preocupado muito a empresários. “O aumento do preço da energia elétrica é preocupante porque ela representa 30% dos custos diretos de muitas empresas. E não tem como não pagar, porque cortam”, disse Leonardo Ugolini, diretor-superintendente da ACSP. Individualmente, o tributo de maior arrecadação é o ICMS, com 18,41% do total, seguido da contribuição previdenciária para o INSS, com 16,09%, do Imposto de Renda (15,57%) e da Cofins, com 9,36%. Via: DCI

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